Minas Gerais debate futuro sustentável com foco em logística reversa e economia circular

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Criado: Ter, 20 mai 2025 14:53 | Atualizado: Ter, 20 mai 2025 14:59
Evento reuniu governo, indústria e especialistas para debater avanços, desafios e novos modelos de produção e consumo em Minas Gerais

Foto: Semad / Divulgação
Com foco na implementação da logística reversa e no fortalecimento de modelos sustentáveis de produção e consumo, o evento reuniu representantes do setor público, da indústria e da sociedade civil
Com foco na implementação da logística reversa e no fortalecimento de modelos sustentáveis de produção e consumo, o evento reuniu representantes do setor público, da indústria e da sociedade civil

Com o objetivo de fortalecer práticas sustentáveis e impulsionar novos modelos de produção e consumo, Minas Gerais sediou, na última sexta-feira (16), a Sessão de Aceleração do  World Circular Economy Forum 2025 (WCEF2025). O evento virtual foi promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceriacom a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), e teve como tema central “Estratégias na Implementação da Logística Reversa e Economia Circular”.

A sessão fez parte da programação oficial do maior fórum global dedicado à economia circular e serviu como plataforma para debater os avanços e desafios do estado na implementação da logística reversa, bem como a consolidação de uma agenda circular no setor produtivo.

Compromisso com o futuro

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, destacou os resultados já alcançados, como a criação de planos setoriais para eletroeletrônicos, pilhas, baterias, baterias de chumbo e lâmpadas fluorescentes com mercúrio. Ela afirmou que o próximo passo é expandir essas ações para outros setores e incorporar sugestões da sociedade.

“A economia circular propõe reduzir resíduos, aumentar a vida útil dos produtos e regenerar recursos naturais. A logística reversa é essencial nesse processo, permitindo que resíduos retornem ao ciclo produtivo”, afirmou Marília.

Alianças estratégicas

O representante da Fiemg, Thiago Rodrigues, reforçou que a união entre governo, setor produtivo e sociedade é fundamental para a ampliação dessas práticas. “É preciso levar esse tema até os empreendedores e à sociedade. Essa parceria é crucial para o avanço da agenda circular”, disse.

A advogada ambiental Monicke Arruda chamou atenção para a necessidade de acelerar a transição da indústria para modelos de negócios circulares, que vão além dos tradicionais "cinco R" da sustentabilidade. Ela mencionou sete estratégias: recuperação de recursos, uso de insumos circulares, extensão da vida útil dos produtos, compartilhamento de bens, oferta de produtos como serviços, virtualização e regeneração de sistemas.

“Essas abordagens nos desafiam a repensar a lógica da produção e do consumo. A economia circular não é só reciclagem, é um novo modelo econômico baseado em eficiência, inovação e regeneração”, destacou.

Legislação e estrutura

A diretora de Resíduos Especiais e Industriais da Semad, Karine Dias da Silva, trouxe uma contribuição técnica importante ao abordar os marcos legais e os desafios regulatórios. Segundo ela, a recente Deliberação Normativa nº 249/2024 estabelece diretrizes para a estruturação dos sistemas de logística reversa em Minas Gerais.

Entre as exigências estão a elaboração de Planos de Logística Reversa (coletivos ou individuais), a entrega de Relatórios Anuais de Resultados e a atuação de verificadores independentes para garantir a transparência e rastreabilidade das informações. “Estamos construindo um sistema que exige responsabilidade compartilhada e compromisso técnico com os resultados”, afirmou Karine.

Desafios globais, soluções locais

A superintendente de Resíduos da Semad e integrante do Fórum Mundial de Economia Circular, Alice Libânia, reforçou que a economia circular é uma resposta direta aos desafios da escassez de recursos e da poluição. “Não se trata de banir materiais, mas de manter energia e matéria-prima circulando o máximo de tempo possível, com foco na regeneração e reutilização”, explicou.

Encerrando o evento, o secretário de Saneamento da Semad, Anderson do Carmo, reforçou o papel estratégico do Estado na formulação de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis e consolidem a economia circular como vetor de desenvolvimento em Minas Gerais.

Com um olhar voltado para o futuro, o encontro destacou a importância do engajamento coletivo para transformar a forma como se produz, consome e lida com os resíduos. Minas Gerais reafirma, assim, seu compromisso com um modelo econômico mais eficiente, resiliente e ambientalmente responsável.

Wilma Gomes

Ascom/Sisema