Com o objetivo de fortalecer práticas sustentáveis e impulsionar novos modelos de produção e consumo, Minas Gerais sediou, na última sexta-feira (16), a Sessão de Aceleração do World Circular Economy Forum 2025 (WCEF2025). O evento virtual foi promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceriacom a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), e teve como tema central “Estratégias na Implementação da Logística Reversa e Economia Circular”.
A sessão fez parte da programação oficial do maior fórum global dedicado à economia circular e serviu como plataforma para debater os avanços e desafios do estado na implementação da logística reversa, bem como a consolidação de uma agenda circular no setor produtivo.
Compromisso com o futuro
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, destacou os resultados já alcançados, como a criação de planos setoriais para eletroeletrônicos, pilhas, baterias, baterias de chumbo e lâmpadas fluorescentes com mercúrio. Ela afirmou que o próximo passo é expandir essas ações para outros setores e incorporar sugestões da sociedade.
“A economia circular propõe reduzir resíduos, aumentar a vida útil dos produtos e regenerar recursos naturais. A logística reversa é essencial nesse processo, permitindo que resíduos retornem ao ciclo produtivo”, afirmou Marília.
Alianças estratégicas
O representante da Fiemg, Thiago Rodrigues, reforçou que a união entre governo, setor produtivo e sociedade é fundamental para a ampliação dessas práticas. “É preciso levar esse tema até os empreendedores e à sociedade. Essa parceria é crucial para o avanço da agenda circular”, disse.
A advogada ambiental Monicke Arruda chamou atenção para a necessidade de acelerar a transição da indústria para modelos de negócios circulares, que vão além dos tradicionais "cinco R" da sustentabilidade. Ela mencionou sete estratégias: recuperação de recursos, uso de insumos circulares, extensão da vida útil dos produtos, compartilhamento de bens, oferta de produtos como serviços, virtualização e regeneração de sistemas.
“Essas abordagens nos desafiam a repensar a lógica da produção e do consumo. A economia circular não é só reciclagem, é um novo modelo econômico baseado em eficiência, inovação e regeneração”, destacou.
Legislação e estrutura
A diretora de Resíduos Especiais e Industriais da Semad, Karine Dias da Silva, trouxe uma contribuição técnica importante ao abordar os marcos legais e os desafios regulatórios. Segundo ela, a recente Deliberação Normativa nº 249/2024 estabelece diretrizes para a estruturação dos sistemas de logística reversa em Minas Gerais.
Entre as exigências estão a elaboração de Planos de Logística Reversa (coletivos ou individuais), a entrega de Relatórios Anuais de Resultados e a atuação de verificadores independentes para garantir a transparência e rastreabilidade das informações. “Estamos construindo um sistema que exige responsabilidade compartilhada e compromisso técnico com os resultados”, afirmou Karine.
Desafios globais, soluções locais
A superintendente de Resíduos da Semad e integrante do Fórum Mundial de Economia Circular, Alice Libânia, reforçou que a economia circular é uma resposta direta aos desafios da escassez de recursos e da poluição. “Não se trata de banir materiais, mas de manter energia e matéria-prima circulando o máximo de tempo possível, com foco na regeneração e reutilização”, explicou.
Encerrando o evento, o secretário de Saneamento da Semad, Anderson do Carmo, reforçou o papel estratégico do Estado na formulação de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis e consolidem a economia circular como vetor de desenvolvimento em Minas Gerais.
Com um olhar voltado para o futuro, o encontro destacou a importância do engajamento coletivo para transformar a forma como se produz, consome e lida com os resíduos. Minas Gerais reafirma, assim, seu compromisso com um modelo econômico mais eficiente, resiliente e ambientalmente responsável.
Wilma Gomes
Ascom/Sisema