Com foco na gestão participativa e no fortalecimento da autonomia das comunidades rurais do semiárido mineiro, o Programa Água Doce (PAD), coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), realizou nesta semana oficinas de mobilização social nos municípios de Araçuaí, Coronel Murta e Rubelita, no Vale do Jequitinhonha.
As oficinas integram a metodologia do PAD e têm como objetivo construir, de forma coletiva, acordos para a gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização implantados nas comunidades atendidas. A proposta é envolver diretamente os moradores na definição das regras de operação e manutenção dos sistemas, garantindo que sejam apropriados, sustentáveis e eficazes.
Segundo Kleynner Lopes, superintendente de Água, Esgoto e Drenagem Pluvial da Semad e coordenador estadual do PAD, a escuta ativa das comunidades é um dos pilares do programa.
“A gestão participativa é o que garante que os sistemas sejam cuidados e preservados. Ao dar voz às pessoas, promovemos um sentimento de pertencimento e responsabilidade que é essencial para a sustentabilidade das ações”, afirma.
Participação e protagonismo comunitário
As atividades contam com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Durante os encontros, moradores, técnicos, lideranças locais e representantes do poder público se reúnem para debater e definir o modelo de funcionamento dos sistemas, fortalecendo o protagonismo comunitário.
Para o capitão Roberto Andrade, da Defesa Civil, a iniciativa vai além da garantia do acesso à água potável. “O programa promove segurança, dignidade e fortalece a capacidade das comunidades de se organizarem para gerir seus próprios recursos hídricos”, destaca.
Tecnologia com inclusão social
O Programa Água Doce é uma política pública do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), voltada à garantia do acesso à água de qualidade em regiões do semiárido brasileiro. A instalação dos sistemas de dessalinização é acompanhada por ações de mobilização social que asseguram o envolvimento da população local e a adaptação das tecnologias às realidades específicas de cada território.
Para André Felipe, coordenador regional da Emater-MG, o envolvimento das famílias é determinante para o sucesso da iniciativa. “O sistema de dessalinização é apenas uma parte da solução. A outra parte é a gestão comunitária. Quando os moradores entendem seu papel nesse processo, o projeto ganha vida e continuidade”, avalia.
Compromisso com o direito à água
Com essa abordagem integrada, o Governo de Minas reafirma seu compromisso com o acesso à água como um direito fundamental, especialmente nas regiões mais vulneráveis do estado. As oficinas realizadas no Vale do Jequitinhonha representam um avanço concreto na construção de políticas públicas efetivas, inclusivas e sustentáveis.
Ao promover o diálogo entre governos, instituições e comunidades, o Programa Água Doce reforça a importância de soluções baseadas na participação social e na valorização dos saberes locais — aspectos fundamentais para garantir a permanência e o sucesso das ações de acesso à água no semiárido mineiro.
Wilma Gomes
Ascom/Sisema
