O Projeto Estruturador Revitalização da Bacia do Rio das Velhas - Meta 2010 é um projeto ambicioso e inovador pela sua forma de articulação, uma vez que considera a bacia hidrográfica como unidade de planejamento.

A origem do Projeto está na convergência dos interesses do Governo do Estado de Minas, das prefeituras dos municípios localizados na bacia, da sociedade civil organizada e da população em geral.

Do ponto de vista do Estado, após a consolidação do processo de monitoramento da qualidade das águas realizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas - Igam no Programa Água de Minas, ficou claro que não basta verificar a qualidade das águas, mas são necessárias ações visando a sua melhoria. O rio das Velhas, especialmente no trecho que corta a região metropolitana de Belo Horizonte, foi enquadro como Classe III, considerada inadequada para diversos usos.

No que tange à sociedade civil organizada, em 2003 foi realizada a Expedição “Manuelzão desce o rio das Velhas”. Organizada pelo Projeto Manuelzão/UFMG, esse evento mobilizou moradores ao longo do seu percurso.

A partir das observações levadas durante o trajeto, foram identificados os principais focos de degradação e as ações que possibilitassem a sua reversão, elaborando-se assim a Meta 2010. O lançamento de esgoto sanitário sem tratamento foi apontado como a principal causa da degradação e os ribeirões Arrudas, Onça e da Mata foram apontados como epicentro da degradação.

O objetivo principal do Projeto Estruturador Revitalização do rio das Velhas - Meta 2010 é melhoria da qualidade das águas, partindo de um índice de Qualidade das Águas (IQA) igual a 59,5% (dados de 2005) para 67% até o início de 2011 e o seu enquadramento em “Classe II”. Enquadram-se nessa classe as águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, atividades de lazer (natação, esqui aquático e mergulho), irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e criação de peixes.

Para a melhoria da qualidade da água, é necessário eliminar o lançamento de esgoto não tratado no rio das Velhas. Para tanto, um dos principais instrumentos é a implantação e o funcionamento de Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs).

Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos 57 Projetos Estruturadores do Governo de Minas Gerais, evidenciando que salvar a bacia do Velhas é uma prioridade. Isso significa somar esforços e recursos, convencer a todos os agentes governamentais, privados e das organizações sociais de sua viabilidade técnica, relevância social e racionalidade estratégica e convocar a sociedade para um objetivo com prazos e metas definidos.

O foco das ações da Meta 2010 está relacionado à implementação de obras de saneamento nas principais sub-bacias da Região Metropolitana de Belo Horizonte que fazem parte da bacia hidrográfica do rio das Velhas com as seguintes intervenções: elaboração de projetos de intervenções de saneamento, eliminação de lançamentos de esgoto em redes pluviais ou córregos, ampliação da coleta de esgotos, implantação de estações de tratamento de esgoto, revitalização de fundos de vales, elaboração de programa de saneamento ambiental para a bacia do Ribeirão da Mata.

As principais sub-bacias que compõem a bacia do Velhas são Arrudas (Belo Horizonte, Contagem, Sabará) Onça (Belo Horizonte, Contagem e Santa Luzia), Ribeirão da Mata (Capim Branco, Confins, Esmeraldas, Lagoa Santa, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano), Itabirito (Itabirito), Sabará (Caeté, Sabará), Rio do Peixe /Ribeirão Macacos / Córrego da Água Suja (Nova Lima) e Rio Jequitibá (Sete Lagoas).
Ações complementares às ações de saneamento serão desenvolvidas em as todas sub-bacias da área da Meta 2010, incluindo também Ouro Preto, tais como recuperação da base florestal, com ênfase na recuperação de matas ciliares, elaboração de plano de comunicação, elaboração de plano de educação e extensão ambiental, integração da rede de monitoramento da qualidade da água, e estudos de viabilidade para a implantação de navegação turística entre Sabará e Fazenda Jaguara Velha.
Para o alcance da Meta 2010, estão estimados investimentos em torno de um bilhão de reais até meados de 2011. 

Plano de Educação Ambiental  

Objetiva envolver a sociedade da baicia do rio das Velhas, em ações de educação ambiental que promovam a sensibilização, mobilização e participação no que se refere às intervenções de saneamento propostas pelo poder público, procurando gerar ações pró-ativas da sociedade civil rumo à Meta 2010. 

Os públicos alvos são as comunidades das sub-bacias do Ribeirão Arrudas, Ribeirão do Onça, Ribeirão da Mata, Rio Itabirito, Rio Sabará, Rio do Peixe, Ribeirão Macacos, Córrego Água Suja e Rio Jequitibá, tais como lideranças comunitárias, educadores, gestores públicos, ONGs, faculdades, estudantes, associações, sindicatos, empresários e moradores locais.

O Plano de Educação Ambiental é coordenado pela Gerência do Projeto Estruturador Revitalização do Rio das Velhas e conta com o apoio da Diretoria de Educação e Extensão Ambiental do Sisema, da Copasa e do Projeto Manuelzão.

Para saber mais sobre os eventos que estão ocorrendo na Bacia do Velhas, acesse Eventos.