Governo de Minas lança plano para impulsionar turismo verde e promover desenvolvimento sustentável em Minas

Notícia

Sex, 18 out 2024
estratégia envolve diversas ações, como a campanha de conscientização “Minas Verde”, direcionada a turistas, empreendedores, gestores públicos, entre outros

Foto: Robson Santos/Ascom Sisema
Marília Melo lembrou que Minas Gerais abriga alguns dos parques mais visitados do Brasil
Marília Melo lembrou que Minas Gerais abriga alguns dos parques mais visitados do Brasil

Promover o desenvolvimento sustentável do turismo no estado, com foco na preservação ambiental e no uso consciente dos recursos naturais é o principal objetivo do Plano Diretor do Turismo Verde. Lançado nesta terça-feira (8/10) pelo Governo de Minas, o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável reforça o compromisso de Minas em alinhar suas políticas públicas com as melhores práticas globais de sustentabilidade, incentivando um turismo responsável e ambientalmente consciente.

O Plano é idealizado pelas secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), além da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). A iniciativa também conta com o apoio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Cemig, do Sebrae Minas, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e da Federação das Instâncias de Governança Regional de Minas Gerais (Fecitur).

A estratégia envolve diversas ações, como a campanha de conscientização “Minas Verde”, direcionada a turistas, empreendedores e gestores públicos, projetos de educação ambiental, incentivos fiscais para municípios e estabelecimentos turísticos que adotarem medidas ambientais, criação do Selo Verde Minas para cidades, vilas, estabelecimentos que sigam rigorosos critérios de sustentabilidade, implementação de sinalização de turismo no estado e a estruturação da Rota Verde, com o mapeamento e a promoção de rotas de ecoturismo em Minas Gerais.

Durante o lançamento, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, lembrou que Minas abriga alguns dos parques mais visitados do Brasil e que o estado é uma síntese do país por possuir três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

Minas Gerais possui 95 Unidades de Conservação Estaduais (UCs), com cerca de 2,4 milhões de hectares de áreas protegidas. Dessas unidades, 35 estão abertas à visitação, com grande potencial turístico. O estado conta, ainda, com 296 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) oficialmente criadas, com um total de 116 mil hectares preservados, e a única cordilheira do Brasil, a do Espinhaço.

A secretária ressaltou, ainda, que o Governo de Minas trabalha para avançar com o Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc), que visa contribuir para a inovação na gestão de áreas protegidas, atrair investimentos, gerar empregos e ampliar recursos humanos e financeiros a serem empregados na conservação ambiental. Até o momento, cinco Unidades de Conservação estaduais são geridas por instituições parceiras.

“Temos avançado com o trabalho de concessão em alguns deles para dar capacidade turística cada vez maior para as UCs, para que possamos receber os turistas mineiros e de fora do nosso estado como merecem”, afirmou Marília.

O Plano também prevê press trips com jornalistas de turismo sustentável e influenciadores digitais para mostrar o impacto das iniciativas verdes, capacitação e formação técnica e apoio logístico para gestores públicos interessados em aplicar soluções sustentáveis em suas cidades, parcerias estratégicas com prefeituras, universidades, Instâncias de Governança Regionais (IGRs), empresas de energias limpa, startups e instituições ambientais, além de agências de turismo e operadores.

Terão, ainda, ações de promoção nas campanhas de fim de ano do Governo de Minas – Natal da Mineiridade e Virada da Liberdade – e o programa será incorporado à folia mineira em 2025 com o projeto Carnaval Verde, integrando turismo e sustentabilidade.

Já o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, frisou que dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) mostram que 95% dos viajantes preferem viagens sustentáveis. Pensando nisso, o selo verde servirá para premiar estabelecimentos, como bares, pousadas e hotéis, que tiverem como prioridade a preservação ao meio ambiente.

“Em Minas Gerais, de forma prática, vamos dar o selo para aqueles empreendimentos, desde hotéis até bares, que tenham como premissa a sustentabilidade. Temos que repensar no uso do plástico, do copo e a panfletagem de eventos”, enfatizou.

Construção do plano

A elaboração do Plano Diretor do Turismo Verde levou em conta a diversidade territorial de Minas Gerais e de suas vocações turísticas, sobretudo aquelas que promovem emprego e renda de maneira responsável. O novo programa busca conciliar o crescimento do turismo no estado com a conservação dos recursos naturais e o respeito às comunidades locais.

Diversos setores da sociedade civil, iniciativa privada e órgãos públicos trabalharam na construção do Plano Diretor do Turismo Verde em sintonia com o Programa de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), criado para ser um guia para setores público e privado para as transformações necessárias até 2030 na maneira de produzir, consumir e interagir com o meio ambiente. Minas Gerais está na terceira colocação dos estados brasileiros na execução das metas relacionadas aos ODS.

Ao longo dos últimos meses, a Secult realizou 15 oficinas para promover o Plano Diretor do Turismo Verde. Os encontros reuniram participantes de 48 IGRs, 20 operadores nacionais, 42 receptivos mineiros e sete especialistas do mercado turístico verde. A ação impactou cerca de 370 municípios do estado.

Unidades de Conservação

As Unidades de Conservação Estaduais (UCs) se destacam pela grande beleza cênica e relevância ecológica e foram criadas com a finalidade de preservar recursos hídricos como mananciais, veredas e cachoeiras, além das formações geológicas e geomorfológicas como cavernas, cânions e picos. As unidades ainda podem proteger o patrimônio cultural, histórico, paleontológico e arqueológico, a fauna e flora nativas, especialmente as espécies ameaçadas de extinção, e propiciar pesquisas científicas, educação e interpretação ambiental e turismo de natureza.

Entre janeiro e agosto, 683.312 visitantes passaram nas 35 UCs que realizam controle de visitação, de acordo com o Painel de Indicadores do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). A unidade mais visitada até o momento é o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, que já atraiu 132.326 pessoas.

Matheus Adler
Ascom/Sisema